A doença de Eales é uma vasculite retiniana idiopática primária, periférica, de etiologia ainda desconhecida. Acomete em geral indivíduos jovens, saudáveis e sem predileção por sexo. Em 80 a 90% dos casos, a doença é bilateral, embora assimétrica. A doença de Eales é um diagnóstico de exclusão, sendo, portanto, fundamental a exclusão prévia dos diversos tipos de vasculites retinianas periféricas, particularmente a doença de Behçet.
Características clínicas
- Periflebite obliterativa associada a não perfusão capilar que acomete retina periférica, com embainhamento ou exsudação perivascular.
- Hemorragias intra-retinianas superficiais e profundas.
- Hemorragia vítrea de repetição.
- Papilites, vasos fantasmas, artérias em fio de prata e proliferação fibroglial.
- Podem estar presentes sinais e sintomas inflamatórios como células no humor aquoso e vítreo, flare e precipitados ceráticos.
Exames complementares
- Angiofluoresceinografia – demonstra extensas áreas de má-perfusão capilar devido aos fenômenos vaso-oclusivos;
É importante ressaltar que número significativo de doentes manifesta teste do derivado protéico purificado de tuberculina (PPD) positivo, mesmo sem evidência de tuberculose ativa.
O tratamento é a fotocoagulação das áreas isquêmicas. A vitrectomia via pars plana está indicada em casos de hemorragia vítrea de repetição, opacificação vítrea persistente, descolamento de retina, tração vítreo-macular e membrana epirretiniana.
Michel Eid Farah