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Manchas, Pontos ou Feixes de Luz nos Olhos Podem ser Sintomas de uma Série de Problemas

Ora (direis), ouvir estrelas! Sorte do poeta Olavo Bilac, autor do verso, que ele não as via, sobretudo, com freqüência. Enxergar pontos luminosos sem olhar para a Via Láctea pode ser um sinal de que algo não vai bem. Apesar de a descrição soar quase poética, enxergar riscos ou feixes de luz repetidamente é sintoma de problemas variados, que vão de hipertensão arterial e enxaqueca a doenças oculares.

“Quando as ‘estrelas’ são produzidas no cérebro, essas ocorrências recebem o nome de ‘fosfênios’ e são conseqüência de descargas elétricas no córtex occipital, área do cérebro relacionada à visão. Mas as origens variam, diz o neurologista Deusvenir de Souza Carvalho, professor do Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Unifesp.

Hipertensão arterial, enxaqueca e epilepsia focal (quando a descarga elétrica ocorre especificamente nessa região do cérebro e só provoca percepção de luzes, sem espasmos no corpo) são algumas delas. “Apesar de os fosfênios estarem relacionados a esses problemas, a maior parte deles, que ocorre eventualmente, não tem gravidade”, explica o neurologista Getúlio Rabello, responsável pelo Ambulatório de Cefaléias do Hospital das Clínicas da FMUSP.

Segundo ele, os mais freqüentes são os “fosfênios de pressão”, provocados pela ação de esfregar os olhos fechados ou por espirros fortes, batidas na cabeça e queda da pressão arterial (ao levantar rapidamente, por exemplo). “São normalmente de curta duração e ocorrem devido à estimulação das células da retina ou do próprio córtex occipital”, diz Rabello.

O fenômeno, porém, muda de nome e passa a se chamar fotopsia quando é “fabricado” na retina, geralmente como resultado do atrito desta com o humor vítreo (um gel que preenche os olhos).

“Podemos dizer que fotopsia é o termo mais restrito às alterações no globo ocular, e o fosfênio, mais genérico. Existe uma certa confusão entre os dois termos, pois, em muitos tratados de enxaqueca, por exemplo, usa-se a expressão fotopsia, embora a origem seja no córtex cerebral”, explica.

Voadoras As “moscas volantes”, manchas escuras que teimam em atrapalhar o campo de visão, são um exemplo de fotopsia. Assim como o fosfênio, trata-se de um sintoma, e não de uma doença, relacionado a problemas oculares -miopia, traumas, pós-operatório de catarata- ou ao desgaste natural dos olhos, que começa a partir dos 40 anos. “Todos esses fatores provocam a alteração do humor vítreo. Com a degeneração desse gel, sua estrutura homogênea se desintegra e ele fica mais fluido; o gel, que tinha aderência à retina (revestimento interno do olho), começa a se movimentar. Quando entra em atrito com a retina, provoca essa percepção de raio, lampejo de luz”, explica o oftalmologista Michel Farah, da Unifesp.

A sensação de ver “moscas” (pontos pretos) ocorre devido à presença de pequenas opacidades dentro do humor vítreo, decorrentes de seu desgaste. Embora esses corpos flutuantes pareçam estar na frente dos olhos, na verdade estão dentro da gelatina; o que atrapalha a visão é a sombra que projetam sobre a retina, conforme a movimentação dos olhos.

Mulheres em geral e pessoas com miopia alta (acima de seis graus) têm maior tendência à fotopsia. “O gel em atrito com a retina pode levar ao seu descolamento e por conseqüência à cegueira. É recomendável consultar um oftalmologista assim que surgirem os sintomas. Pode ser o momento fundamental”, alerta.

As “estrelas” também são visualizadas em enxaquecas com aura -tipo que, além dos sintomas tradicionais como dor de cabeça, náuseas e sensibilidade à claridade, apresenta também alterações na visão, na força motora ou na fala. Na enxaqueca, a luz aparece no meio da visão e vai crescendo aos poucos, às vezes em forma espiralada, outras como feixes. “Essa percepção está associada à chamada depressão alastrante de leão, fenômeno em que há uma oscilação da atividade elétrica no cérebro, o que produz os ‘fosfênios'”, explica o neurologista.

Já no caso da hipertensão, os pontinhos brilhantes na visão são resultado de alterações circulatórias que causam espasmos dos vasos sangüíneos na retina. A pressão aumenta, os vasos se estreitam para controlar o fluxo de sangue e, com isso, alteram a circulação. “Aí, feliz de quem vê essas luzinhas, pois são um alerta de que a pressão está altíssima e de que é preciso ir ao médico com urgência”, afirma Deusvenir.

VOADORAS

As “moscas volantes”, manchas escuras que teimam em atrapalhar o campo de visão, são um exemplo de fotopsia. Assim como o fosfênio, trata-se de um sintoma, e não de uma doença, relacionado a problemas oculares -miopia, traumas, pós-operatório de catarata- ou ao desgaste natural dos olhos, que começa a partir dos 40 anos. “Todos esses fatores provocam a alteração do humor vítreo. Com a degeneração desse gel, sua estrutura homogênea se desintegra e ele fica mais fluido; o gel, que tinha aderência à retina (revestimento interno do olho), começa a se movimentar. Quando entra em atrito com a retina, provoca essa percepção de raio, lampejo de luz”, explica o oftalmologista Michel Farah, da Unifesp.

A sensação de ver “moscas” (pontos pretos) ocorre devido à presença de pequenas opacidades dentro do humor vítreo, decorrentes de seu desgaste. Embora esses corpos flutuantes pareçam estar na frente dos olhos, na verdade estão dentro da gelatina; o que atrapalha a visão é a sombra que projetam sobre a retina, conforme a movimentação dos olhos.

Mulheres em geral e pessoas com miopia alta (acima de seis graus) têm maior tendência à fotopsia. “O gel em atrito com a retina pode levar ao seu descolamento e por conseqüência à cegueira. É recomendável consultar um oftalmologista assim que surgirem os sintomas. Pode ser o momento fundamental”, alerta.

As “estrelas” também são visualizadas em enxaquecas com aura -tipo que, além dos sintomas tradicionais como dor de cabeça, náuseas e sensibilidade à claridade, apresenta também alterações na visão, na força motora ou na fala. Na enxaqueca, a luz aparece no meio da visão e vai crescendo aos poucos, às vezes em forma espiralada, outras como feixes. “Essa percepção está associada à chamada depressão alastrante de leão, fenômeno em que há uma oscilação da atividade elétrica no cérebro, o que produz os ‘fosfênios'”, explica o neurologista.

Já no caso da hipertensão, os pontinhos brilhantes na visão são resultado de alterações circulatórias que causam espasmos dos vasos sangüíneos na retina. A pressão aumenta, os vasos se estreitam para controlar o fluxo de sangue e, com isso, alteram a circulação. “Aí, feliz de quem vê essas luzinhas, pois são um alerta de que a pressão está altíssima e de que é preciso ir ao médico com urgência”, afirma Deusvenir.

Deborah Giannini
Revista da folha