O que é Estrabismo?
Estrabismo é um defeito visual no qual os olhos estão desalinhados e apontam para direções diferentes. Um olho pode estar direcionado em linha reta, enquanto que o outro olho está desviado para dentro, para fora, para cima ou para baixo. O olho desviado pode se endireitar ocasionalmente.
Estrabismo é uma condição comum entre crianças, que afeta cerca de 4% da população, mas que também pode ocorrer mais tarde durante a vida. Ele ocorre igualmente em pessoas do sexo masculino e feminino.
Tratamento precoce
Nas instituições para cegos e clínicas de visão subnormal as estatísticas demonstram que 70% dos pacientes não seriam cegos, se tivessem sido tratados precocemente. Essa estatística se reveste de grande importância social, quando consideramos que esses cegos poderiam ser pessoas com visão normal se tivessem sido examinadas no início de suas vidas. Antigamente acreditava-se que a criança não havia desenvolvido totalmente sua visão até os seis anos de idade, portanto concluía-se que a idade escolar seria a época ideal para o primeiro exame oftalmológico. Com o aperfeiçoamento de técnicas psicofísicas que independem da colaboração de paciente obteve-se a informação que mudou o conceito de exame oftalmológico em criança. Hoje se sabe que muitas crianças apresentam aos seis meses de idade um sistema visual “adulto” (com visão igual a do adulto). Se a visão evolui tão rapidamente (0-6 meses) é fácil percebemos a importância do tratamento, o mais precoce possível, qualquer que seja a anormalidade do sistema visual.
Diagnóstico precoce da deficiência visual é essencial, porque no primeiro ano de vida é que as funções visuais básicas se estabelecem ativando as funções visuais cerebrais. Se as células do sistema visual do bebê não forem adequadamente estimuladas por sinais percebidos pelos olhos, algumas dessas células podem se deteriorar para sempre impedindo o desenvolvimento normal da visão.
Toda perda da visão altera consideravelmente o processo normal de vida do indivíduo. Há necessidade de muito apoio psicológico e muita motivação que serão a mola propulsora da eficiência e sucesso no treinamento da visão residual, através de um programa de Estimulação Visual Precoce.
A importância do exame oftalmológico
É fundamental o exame oftalmológico precoce. Através dele podemos detectar alterações e patologias oculares que no futuro podem trazer conseqüências irreversíveis. O estrabismo de grande ângulo é percebido pelos familiares, mas o estrabismo de pequeno ângulo é impossível de ser percebido sem exame especializado e pode apresentar danos definitivos para a visão do bebê se não for detectado precocemente.
Tratamento
Os objetivos do tratamento para o estrabismo são de preservar a visão, e tornar os olhos paralelos. Dependendo da causa do estrabismo o tratamento pode envolver o reposicionamento dos músculos do “olho”, a remoção de uma catarata ou a correção de outros aspectos que fazem com que o olho desvie. Só após um exame de vista completo, incluindo um estudo detalhado das partes internas do olho, o oftalmologista poderá recomendar o tratamento.
Estimulação precoce
A estimulação precoce consiste em dar estímulo, encorajar o desenvolvimento infantil dentro das possibilidades físicas e neurológicas da criança. A estimulação precoce da criança visualmente incapacitada visa o seu desenvolvimento num todo, ou seja, abrangendo a área tanto do desenvolvimento orgânico quanto psíquico e intelectual. Aqui há uma preocupação em encorajar a criança a explorar todo o seu potencial sensorial, ou seja, suas habilidades táteis, olfativas, auditivas, gustativas e seu potencial físico, desenvolvendo dessa forma seu controle motor fino e grosso. A importância da estimulação precoce para deficientes visuais na infância se baseia na teoria de que a criança quando nasce possui certos conhecimentos instintivos necessários a sua sobrevivência. Os seus sentidos serão, a partir do momento do nascimento, os meios pelos quais vai adquirir novos conhecimentos necessários a sua adaptação ao mundo. Os sentidos são os pontos permanentes de contato com o ambiente, ou seja, a criança explora o mundo através dos seus sentidos e da experiência e dessa forma fixa na mente o que absorve do ambiente.
A visão subnormal
Proposta educacional para o atendimento a nível reabilitativo da pessoa portadora de visão subnormal, consiste na estimulação das áreas aproveitáveis da retina fundamentada no diagnóstico e prognóstico oftalmológico que determinou a perda e ou a progressão da agudeza visual. Há pontos importantíssimos no início de um trabalho de estimulação visual que precisam ser considerados. São eles:
- Idade em que a perda visual ocorreu;
- O que determinou a perda da acuidade visual;
- O interesse da pessoa para reeducar a visão;
- O estado emocional da pessoa para ingressar no processo.
Toda perda aguda da visão altera consideravelmente o processo normal da vida do indivíduo. Há necessidade de apoio psicológico e motivação para constituir a mola propulsora da eficiência e sucesso no treinamento do uso da visão residual. Os processos de avaliação devem acontecer não só na fase diagnóstica e final do trabalho, mas durante todo o processo. Motivar é a palavra chave do nosso trabalho. Partimos do ponto de que “até a pessoa que tem apenas percepção de luz deve usar a visão residual mesmo que seja para ajudar na sua locomoção”. Contando com ajuda de vários recursos relacionados à visão subnormal, como o teste de Teller, Max-lupe, diagnóstico, treinamento e orientação pedagógica.