Depois da catarata, a Maculopatia Relacionada à Idade é a principal causa de cegueira nos indivíduos com mais de 50 anos, no mundo.
O Instituto da Visão da UNIFESP tem um interesse muito grande em relação aos problemas visuais dos idosos e as conseqüências sociais que eles acarretam. Por isso, durante o mês de março, está engajado na campanha de conscientização sobre a Maculopatia Relacionada à Idade (MRI), promovida pela Academia Americana de Oftalmologia. Depois da catarata, a Degeneração Macular é a principal causa de cegueira nos indivíduos com mais de 50 anos, no mundo. A doença é de difícil tratamento, muitas vezes prolongado e com resultados bastante variáveis, podendo levar à perda da visão.
O crescimento da população idosa é um fenômeno mundial, em razão dos avanços da medicina e da melhoria da qualidade de vida das pessoas. Em vinte anos, o Brasil, que já foi considerado um país de jovens, será o sexto país com o maior número de idosos no mundo.
Mas, além de viver mais, as pessoas precisam de qualidade de vida. Apesar de todos os progressos da ciência, o envelhecimento é acompanhado de processos degenerativos de exigem atenção e cuidados especiais. Estudos recentes demonstram que os idosos necessitam de assistência oftalmológica freqüente, já que o aumento da expectativa de vida da população está diretamente ligado ao aumento do índice de idosos portadores de doenças da visão relacionadas ao envelhecimento, como a MRI, que atinge cerca de 30% de pacientes acima dos 70 anos de idade. Só no Brasil são estimados 100 mil novos casos da doença a cada ano.
A mácula, parte central e mais sensível da retina, é responsável pela visão para leitura, definição de formas e de cores, proporcionando uma visão nítida e detalhada. Quando a mácula não funciona de maneira correta, ocorre embaçamento ou escuridão no centro do campo visual. A Degeneração Macular afeta tanto a visão de longe quanto a de perto e pode dificultar ou impedir algumas atividades, tais como assistir televisão ou ler. Embora reduza a visão na parte central da retina, não prejudica a visão lateral, ou periférica, do olho. É mais freqüente na terceira idade.
Existem vários tratamentos em uso, alguns com eficácia comprovada e outros experimentais. Atualmente, existem três protocolos de MRI em andamento no Setor de Retina e Vítreo do Instituto da Visão da UNIFESP, que tem se caracterizado por intensa pesquisa, geração de conhecimento na linha de frente, do cuidado com a saúde visual.
PROTOCOLO C-02-60:
- Droga: Acetato de Anecortave.
- Patrocinador: Alcon.
- Título: Avaliação da Eficácia e da Segurança do Acetato de Anecortave em pacientes com risco de perderem a visão por MRI.
O objetivo desse estudo é avaliar a capacidade de um novo medicamento experimental chamado Acetato de Anecortave para evitar o risco de progressão da “MRI seca” para “MRI úmida”, mais grave. Acredita-se que esse medicamento atrase o crescimento de vasos sanguíneos sob a retina.
PROTOCOLO NEOVISTA:
- Droga: Avaliação da eficácia e segurança do uso de Avastin + aplicação de radiação sub-retiniana.
- Patrocinador: Neovista.
- Título: “Um Estudo da segurança e a tolerabilidade da liberação de radiação focal para o tratamento de neovascularização coroidal subfoveal (NVC) em pacientes com Maculopatia relacionada à idade (MRI)”
Objetivo: O objetivo deste estudo clínico é avaliar a segurança e a viabilidade da liberação de radiação sub-retiniana para o tratamento da neovascularização coroidal (NVC) em pacientes com a forma úmida de maculopatia relacionada à idade.
PROTOCOLO: LUCENTIS
- Droga: Avaliação da eficácia e segurança do uso de Lucentis em portadores de MRI
- Patrocinador: Novartis
- Título: Estudo da eficácia e segurança de ranibizumabe (Lucentis) administrado em 2 regimes de dose em pacientes com neovascularização coroidal subfoveal secundária à Maculopatia Relacionada à Idade.
Objetivo: O propósito do estudo é de comparar a eficácia e segurança de ranibizumabe em pacientes com neovascularização coroidal subfoveal secundária à degeneração macular relacionada à idade (DMRI). Espera-se verificar que o regime de dose alternada seja tão efetivo quanto administrações mensais de ranibizumabe. Isso possibilitaria a redução do tratamento de 24 para 10 injeções num período de 2 anos, reduzindo portanto o custo e o risco de eventos adversos associados a injeções intravítreas.
Elenice Cruz
Assessora de Comunicação do Instituto da Visão – UNIFESP