O descolamento do vítreo posterior ocorre quando a parte mais posterior(mais próxima à retina), que chama-se membrana hialóide posterior, descola-se da retina, ficando então “flutuando” na cavidade vítrea(interior do olho). Isto acontece devido à um processo degenerativo, com contração de membranas que compõem o vítreo e consequente “arrancamento” da membrana hialóide posterior de seu contato com a retina.
Após isso, alguns pacientes tem queixas de floaters ou “moscas volantes” devido à opacidades na membrana hialóide posterior descolada que ficam flutuando na frente da retina. Estas opacidades geralmente correspondem aos antigos pontos de aderência entre a hialóide e a retina.
Normalmente, estes pontos de opacidade acabam se depositando ou se reorganizando, em semanas ou alguns meses, saindo então da frente da retina central(responsável pela visão central), melhorando então os sintomas.
Para alguns pacientes(uma minoria), mesmo com o tempo, os sintomas chegam a ser impeditivos para a continuação de suas atividades. Nestes casos, existe a possibilidade da retirada cirúrgica destas opacidades através de uma vitrectomia(cirurgia intra ocular de remoção do vítreo e membranas vítreas). Como em qualquer outro procedimento cirúrgico, existem os riscos inerentes ao mesmo. No caso de vitrectomia para casos como opacidades vítreas, as complicações são muito pouco frequentes. As principais são: infecção pós operatória, descolamento de retina, hemorragia intra ocular e catarata(olhos ainda não operados de catarata, logicamente).
Existem também relatos de tratamentos com laser, na tentativa de mobilizar as opacidades que estão na frente da retina, mas a efetividade é pouco previsível.
Dr. João Paulo Duprat
NEWSLETTER MARÇO 2006